No South by Southwest (SXSW), um dos principais festivais globais de inovação e cultura, os games foram debatidos não apenas como uma indústria bilionária, mas como o próximo grande ecossistema de entretenimento interativo. O setor, antes visto como um nicho voltado para jogadores hardcore, hoje se posiciona como uma plataforma de conexão social e narrativa, competindo diretamente com o cinema, a música e os esportes em termos de engajamento e alcance global.
A presidente da Blizzard Entertainment, Johanna Faries, destacou que os jogos já ultrapassaram barreiras tradicionais de mídia e se tornaram espaços onde as marcas, os criadores e os consumidores interagem em tempo real. Isso pode ser visto no crescimento das transmissões ao vivo de competições de eSports, que rivalizam em audiência com eventos esportivos tradicionais, e na integração cada vez maior entre games e outras indústrias criativas. Além disso, os games já são responsáveis por criar algumas das franquias mais lucrativas do entretenimento, como The Last of Us, que fez a transição para a televisão com enorme sucesso, e Cyberpunk 2077, que expandiu seu universo com uma série animada e outras mídias.
Outro ponto abordado no SXSW foi a ascensão dos games como plataformas sociais. Muito além de mecânicas de jogo, os mundos virtuais funcionam como espaços de interação e pertencimento. O comediante Conan O’Brien ressaltou como os videogames permitiram que seu filho mantivesse amizades à distância, algo que não era possível em gerações anteriores. Esse aspecto social explica por que jogos como Fortnite e Roblox não são apenas sucessos comerciais, mas verdadeiras arenas digitais onde milhões de pessoas se reúnem para assistir a shows, eventos e até estreias de filmes dentro dos próprios games.
Com a evolução da inteligência artificial e da realidade estendida (XR), os games caminham para experiências ainda mais imersivas e personalizadas. A convergência entre essas tecnologias poderá redefinir a forma como o público consome e interage com o entretenimento. No futuro, jogar um game poderá ser apenas uma parte de uma experiência muito maior, onde o espectador se torna parte ativa da narrativa, decidindo os rumos da história em tempo real. Para os especialistas presentes no SXSW, essa evolução confirma que os games não são apenas o futuro do entretenimento – eles já são o presente.