Propósito, foco no cliente e inteligência de dados foram os destaques do primeiro dia do Web Summit

Confira os highlights do primeiro dia do evento, que deve reunir mais de 800 palestrantes de todo o mundo

Por Sinara Vasconcelos, direto do Web Summit

A abertura do Web Summit já deixou claro que o futuro é digital, caso ainda houvesse dúvidas. O Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, iniciou o evento afirmando que um terço de todo o investimento dedicado ao plano de recuperação do país no cenário pós-pandemia é direcionado para soluções digitais. Isso coloca Portugal como o país com os projetos mais inovadores para combater a COVID-19, de acordo com o levantamento feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Os dez minutos iniciais também serviram para estabelecer 2020 como o início da “década da mudança”, com empresas cada vez mais preocupadas em compartilhar conhecimento e proporcionar experiências, reforçando a importância da análise de dados e dos insights para conhecer o cliente e oferecer exatamente o que ele procura, quando ele precisa.

Os dados, obviamente, também foram abordados a partir do ponto de vista do consumidor, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desempenhando um papel importante na forma como as empresas escolhem captar as informações do público. Cada vez mais, a transparência se torna essencial para criar uma relação de confiança entre cliente e marca.

Relação esta colocada em foco pela HupSpot, que enfatizou que a conquista de um cliente não é o fim da jornada, mas sim o começo. É preciso atrair, engajar e encantar, criando defensores da marca. Para isso, é necessário ter áreas que funcionem de forma integrada e uma equipe que se importe profundamente com o cliente.

Outro ponto que permeou praticamente todas as palestras do primeiro dia foi a importância do propósito de marca. Talvez, a frase que resuma melhor todas as discussões seja a do CMO global da Burger King, Fernando Machado: Sales overnight, brand overtime. Uma promoção pode fazer com que um negócio acelere as vendas da noite para o dia, mas somente o valor da marca poderá mantê-la ao longo dos anos. Encontrar esse equilíbrio entre os resultados de curto e longo prazo é um dos maiores desafios para as empresas atualmente.

Como não poderia deixar de ser, as mudanças permanentes causadas pela pandemia do novo coronavírus também foram postas em pauta, com temas como inclusão, diversidade e geração z assumindo postos de destaque no futuro dos negócios.

O COO da Salesforce, Bret Taylor, fez um apelo para que as marcas não “desperdicem a crise” e aproveitem a oportunidade para rever seus posicionamentos e suas intenções. Ele também reforçou que a cultura da empresa não pode ser apenas interna. É preciso que ela fique evidente para os parceiros, os clientes e a comunidade.

Em tom semelhante, o CEO da Survey Monkey, Zander Lurie, afirmou que as marcas não têm apenas o direito, como também o dever, de venderem mais que os seus produtos, promovendo mudanças em prol da sociedade e do planeta. Lurie destacou, ainda, a importância de ter lideranças que saibam lidar com questões como inclusão e diversidade e usem isso para oferecer a melhor experiência para o cliente.

Seja como for, uma coisa é certa: as empresas irão precisar mudar a forma de fazer negócio para atender às necessidades de um consumidor que está cada vez mais crítico, vigilante e consciente.